O aumento de preços, em especial dos gêneros alimentícios, motivou uma série de manifestações na capital do país, Maputo. Os manifestantes saíam principalmente dos bairros de periferias em direcção ao centro, fazendo barricadas e queimando pneus para impedir o tráfego de carros.
Alguns estabelecimentos foram saqueados, houveram locais destruídos, como postos de gasolinas incendiados e agências bancárias.
O saldo dessa manifestação é de 6 mortos, dentre eles, duas crianças, e dezenas de feridos. Uma TV portuguesa, RTP, que transmite notícias dos países africanos de língua portuguesa, chegou a divulgar 10 mortos.
As imagens de televisão mostram a polícia agindo com total despreparo, disparando a esmo, atingindo pessoas inocentes e de todas as idades.
As autoridades pedem calma à população e condenam o que eles chamam de actos de vandalismos.
Fizemos contacto com o Pe. José, um italiano do Sagrado Coração de Jesus, Dehonianos, que mora a mais de 4 décadas em Moçambique, afirmou que a cidade de Maputo estava totalmente sitiada, uma verdadeira guerrilha urbana. Até um projéctil foi encontrado no quintal da casa dos padres. Ainda segundo o religioso, a convocatória para a manifestação ocorreu via SMS (mensagens de telefones celulares).
Termino esse informativo extra para convidar a todos e todas para uma séria reflexão sobre actual conjuntura que vive Moçambique, pois não precisamos entender de economia para detectarmos que o povo vive situação de extrema pobreza, que não é somente a desvalorização da moeda local (metical) frente a moeda sul-africana (rands), que levou a essa situação que chegamos. Existe uma série de factores, dentre elas, a grande dependência externa e o alto grau de corrupção que atinge todos os sectores da sociedade.
Acredito ser consenso que condenamos qualquer tipo de violência, seja por parte dos agentes de seguranças, seja de manifestantes. Mas é impossível o povo aguentar tanto sofrimento, ainda mais tendo que suportar um acréscimo de 17% no preço do pão e um provável aumento dos transportes públicos.
É urgente, necessário, dar uma resposta pastoral para que possamos ser instrumentos verdadeiros de transformação frente a essa gritante realidade.
Paz.
Francisco Batista - Comissão Justiça e Paz- Arquidiocese da Beira.
Abaixo o link do site UOL com imagens da manifestação:
http://noticias.uol.com.br/album/100901mocambique_album.jhtm?abrefoto=12
Alguns estabelecimentos foram saqueados, houveram locais destruídos, como postos de gasolinas incendiados e agências bancárias.
O saldo dessa manifestação é de 6 mortos, dentre eles, duas crianças, e dezenas de feridos. Uma TV portuguesa, RTP, que transmite notícias dos países africanos de língua portuguesa, chegou a divulgar 10 mortos.
As imagens de televisão mostram a polícia agindo com total despreparo, disparando a esmo, atingindo pessoas inocentes e de todas as idades.
As autoridades pedem calma à população e condenam o que eles chamam de actos de vandalismos.
Fizemos contacto com o Pe. José, um italiano do Sagrado Coração de Jesus, Dehonianos, que mora a mais de 4 décadas em Moçambique, afirmou que a cidade de Maputo estava totalmente sitiada, uma verdadeira guerrilha urbana. Até um projéctil foi encontrado no quintal da casa dos padres. Ainda segundo o religioso, a convocatória para a manifestação ocorreu via SMS (mensagens de telefones celulares).
Termino esse informativo extra para convidar a todos e todas para uma séria reflexão sobre actual conjuntura que vive Moçambique, pois não precisamos entender de economia para detectarmos que o povo vive situação de extrema pobreza, que não é somente a desvalorização da moeda local (metical) frente a moeda sul-africana (rands), que levou a essa situação que chegamos. Existe uma série de factores, dentre elas, a grande dependência externa e o alto grau de corrupção que atinge todos os sectores da sociedade.
Acredito ser consenso que condenamos qualquer tipo de violência, seja por parte dos agentes de seguranças, seja de manifestantes. Mas é impossível o povo aguentar tanto sofrimento, ainda mais tendo que suportar um acréscimo de 17% no preço do pão e um provável aumento dos transportes públicos.
É urgente, necessário, dar uma resposta pastoral para que possamos ser instrumentos verdadeiros de transformação frente a essa gritante realidade.
Paz.
Francisco Batista - Comissão Justiça e Paz- Arquidiocese da Beira.
Abaixo o link do site UOL com imagens da manifestação:
http://noticias.uol.com.br/album/100901mocambique_album.jhtm?abrefoto=12
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